Sinto sempre uma certa ansiedade antes de um evento de Trail.
Já sei que é pelas pessoas, é tão bom ver os rostos que são habituais nestes eventos, encontrar pessoas que habitualmente falamos pelas redes sociais e que só temos oportunidade de privar nestes momentos.
Encontrar amigos e Mestres. Eles estão sempre a sorrir e bem-dispostos, há sempre a saudação, o forte abraço e deliciosas provocações.
E aquela vontade transcendente de descer ao trilho e por lá ficar durante muitas horas. Há uma vontade inerente de sofrer. Trail sem sofrimento não presta.
Subidas demolidoras, descidas alucinantes e trilhos serpenteantes pela floresta densa, e um novo elemento que aprendi a gostar, terra molhada, empapada de água, Lama.
É bom sujar a roupa, afundar a mão desprotegida na terra húmida, agarrar a rocha para escalar por um trilho mais técnico.
Nos Abutres é possível encontrar tudo isso.
É um desafio complicado, muito exigente técnica e fisicamente, talvez por isso seja um evento tão concorrido e emblemático.
Na minha opinião o fato de se correr na serra da Lousã potencia tudo.
Fico sempre com a ideia que vou presenciar algo de maravilhoso quando lá estou, posso dar um exemplo.
Quando passei por este sítio:
Fiquei com a forte convicção que do outro lado estariam duendes que me dariam instruções de como contornar a presença de um diabólico dragão que dominava aquela zona da Floresta.
Pura Magia.
No fim, qual guerreiros chegamos ao fim.
E estão lá todos, os amigos e os sorrisos. Acabou a aventura.
No dia seguinte, é esperar por aquela foto especial, pelos relatos da Susana e os vídeos do Pedro.
E tudo parece perfeito.
Parabéns a Associação Abútrica pelo excelente evento de Trail que teve oportunidade de oferecer a todos os que participaram.
Evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada. Helen Keller